sexta-feira, 14 de dezembro de 2012



Pesquisa que acompanhou 120 mil pessoas por até 20 anos reforça o que alguns nutricionistas já pregam:
contar calorias não é o melhor método para emagrecer.


A velha máxima de que qualidade é  mais importante do que quantidade ganhou comprovação científica. Pelo menos no que diz respeito aos hábitos alimentares. A nova orientação de nutricionistas e grupos especializados em reeducação alimentar é deixar a contagem de calorias em segundo plano e simplesmente eliminar de uma vez da rotina as comidas que não são saudáveis.
“Essa é uma verdade de que os nutricionistas já suspeitavam. Não adianta nada pouco, se o alimento não for nutritivo. Não adianta nada você ingerir 1.200 calorias de frituras, por exemplo”, explica o professor de Nutrição João Felipe Mota, da Universidade Federal de Goiás. “Isso não quer dizer que comer em excesso um alimento saudável está liberado”, pondera.O maior reforço a essa concepção veio de uma pesquisa publicada no ano passado e realizada por cinco departamentos ligados às áreas de saúde e medicina da Universidade de Harvard, em Cambridge, nos Estados Unidos. Trata-se de um acompanhamento
dos hábitos de 120.877 médicos, enfermeiros, dentistas e veterinários por 12 a 20 anos.
Com o grande número de participantes e o longo período de monitoramento, foi possível identificar o que mais influencia a perda e – sobretudo – o ganho de peso.Assim, o estudo lança perspectivas sobre
o modo de encarar a obesidade, apontada pela Organização Mundial da Saúde como uma das mais graves epidemias do século 21. Segundo estimativas da OMS, o número de obesos no mundo chegará a 1,5 bilhão em 2015. A tendência deve agravar os efeitos a que o excesso de peso está associado, como doenças cardiovasculares, diabetes do tipo 2 (adquirido, não o de origem genética) e problemas na coluna e nos ossos.O resultado apontou que, a cada quatro anos, os voluntários ganharam, em média, 1,5 quilo; em 20
anos, os participantes haviam engordado em média 8 quilos.“Ninguém engorda 10, 20 quilos de um dia para outro. São pequenos ganhos que se acumulam ao longo dos anos. Por isso dietas restritivas e impossíveis de serem seguidas estão cada vez mais em desuso. É fundamental entender o processo de ganho de peso
como uma síndrome e combatê-la como um todo”, diz Mota. O estudo de Harvard aponta exatamente isso.
Entre as conclusões está a de que, como o ganho de peso é multifacetado, é impossível isolar apenas um dos fatores como principal responsável. Não se deve, por exemplo, atribuí-lo apenas à ingestão de determinada quantidade de calorias por dia.Resultados como esses fizeram com que dietas tradicionais,
mundialmente aceitas, alterassem seus métodos. Os Vigilantes do Peso, um dos mais reconhecidos grupos de apoio à reeducação alimentar, é o maior exemplo dessa mudança. Sua estratégia tradicional incluía a contagem de calorias na tabela de alimentação, mas atualmente coloca ênfase na qualidade. Considera também a velocidade da metabolização de alimentos e a capacidade metabólica do corpo para digeri-los.
Um exemplo é o suco de laranja e a própria fruta. Meio copo de suco vale 3 pontos pelo novo método dos Vigilantes, enquanto uma laranja vale zero. A fruta é rica em fibras, componentes fundamentais
para uma boa digestão. O suco tem muito menos quantidade desse nutriente e, por isso, é digerido com mais rapidez e transforma-se logo em açúcarvade-retro, batata frita “O alto consumo de frituras, bebidas adoçadas, refrigerantes, salgadinhos de pacote e fast food, aliado à vida sedentária, tem contribuído para a piora do estado de saúde dos brasileiros de todas as idades”, reforça a nutricionista Sonia Tucunduva Philippi, professora e pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
São esses os tipos de alimentos condenados pelo estudo norte-americano. A batata frita é a campeã de restrições no levantamento. Sozinha, foi responsável por as pessoas ganharem 1,5 quilo, em média, durante quatro anos. A batata, por si só, vira açúcar rapidamente no organismo; somada ao óleo usado na fritura, torna-se quase uma ogiva calórica.Outros “vilões” detectados por Harvard foram bebidas adoçadas com açúcar, carne vermelha (com gordura), carne vermelha processada, batatas em geral, doces e sobremesas, frituras, sucos concentrados e manteiga. Laticínios não tiveram impacto no ganho de peso, de acordo com a avaliação.
No Brasil não é muito diferente. “O brasileiro está comendo de forma inadequada tanto em qualidade como em quantidade, além de ser sedentário”, diz Sonia, uma das criadoras de uma versão da pirâmide alimentar adaptada à realidade brasileira e utilizada pelo Ministério da Saúde. Lá, aponta a docente da USP, recomenda-se que “todos os grupos de alimentos são importantes e devem ser
“Não adianta nada comer pouco, se o alimento não for nutritivo”, explica o professor de Nutrição João Felipe Mota, da Universidade Federal de Goiás. A
Se no dia a dia a alimentação é importante, quando se está doente os cuidados precisam ser redobrados.
Por isso, a dieta, fator fundamental para a recuperação, é elaborada sempre de forma personalizada,
levando em conta os hábitos alimentares, o estado nutricional e a enfermidade do paciente.


Leia mais em: http://www.hospitalsaomarcos.com.br/images/SuaSaude/SuaSaude_634871349957282870.pdf

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